Alvaro RosaCosta
Radar Cultura
...Tudo passa...
domingo, 1 de janeiro de 2012
sábado, 26 de fevereiro de 2011
A Cãofusão: ... e vamos indo...tropeçando, encontrando limites...
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Alvaro RosaCosta: A Cãofusão: Clip ensaio
A Cãofusão: Clip ensaio
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Segunda Parada...Quase para...
Pode ser a impressão de alguém que cultiva grandes expectativas. Mas quando dobrei a esquina das ruas Érico Veríssimo com João Alfredo, no domingo, dez de abril, às 15h20min (acreditava que eu estava atrasado, devido a minha “montaria” demorada), antecipava encontrar uma multidão de artistas.
Artistas esses que dizem desejar ver salas e teatros lotados. Membros de uma classe teatral de uma cidade percebida em todo o país como uma das capitais mais desenvolvidas e envolvidas culturalmente. Impossível evitar minha decepção ao deparar-me com o número inexpressivo de pessoas no ponto de partida da II Parada de Teatro da Cidade de Porto Alegre. Sim, o Largo Zumbi dos Palmares (mais conhecido como largo da finada Epatur), estava constrangedoramente vazio.
Falo da minha expectativa por ter participado das reuniões e da alegria da primeira parada. Minha conclusão lógica era que, desta vez, na segunda edição, teríamos uma maior participação dos grupos, personalidades, estudantes, diretores, atores, produtores, professores, sobreviventes e empresários do ofício teatral.
Não é minha intenção (muito pelo contrário) desmerecer a iniciativa de um grupo disposto fazer acontecer algo legal. Lá estavam muitos alunos, não mais que cinco mestres, menos da metade dos grupos que dizem atuar nesta cidade, a gente do teatro de bonecos (sempre presente, apoiando) e alguns familiares.
Apesar da decepção, uma valiosa lição aprendida nesses meus 16 anos de teatro foi providencial: a plateia sempre merece nosso maior esforço e dedicação – seja ela formada por um, dois, 50 ou 200 expectadores. Da mesma forma, a Parada e os poucos presentes contavam com a entrega de cada um. E seguimos, conduzidos pela força maravilhosa e contagiante da Banda da Saldanha.
Ao fazer esse relato sobre o evento, pergunto: Onde estavam as pessoas que se beneficiam dos fundos como as leis de incentivo à cultura? Os agraciados do Fumproarte? Dos projetos da nacionais da Funarte? Onde estavam as personalidades que alegam fazer teatro “desde as cavernas” na nossa cidade?
Por que razão se ausentaram aqueles que aparecem quando concorrem a premiações? Talvez ocupados em um desses eventos “artísticos” promovidos por políticos e regados a discursos e coquetéis... (Muitos desses, não por coincidência, os mesmos que ocupam, anos a fio, cargos políticos que decidem o destino financeiro e artístico da classe!)
Ali estavam as pessoas que, de fato, se preocupam com o contexto. Com o cenário do fazer teatral em Porto Alegre. Mas esperava mais, projetava mais. Uma vez que festejávamos a II Parada de Teatro, com o apoio voluntário da iniciativa privada (SESC), a parceria de nossa prefeitura (que fez o possível e até copinhos com água do DMAE distribuiu), surpreendeu-me a ausência de gente que ocupa a Secretaria de Cultura no Governo Estadual.
Desculpo-me antecipadamente se por ventura estiver sendo injusto e equivocado. Mas o evento não teve o impacto necessário para uma classe que quer reivindicar crescimento em nossa cena teatral.
Será que vamos nos encontrar na terceira edição? Espero que abram-se as tais portas dos castelos e cavernas. E que, ao menos por uma tarde, durante algumas horas, um domingo por ano, a máscara de burocrata seja trocada pelo semblante do artista que ainda acredita que fazer teatro é relevante e vale à pena.
Heinz Limaverde
Ator
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Fiquei ontem pensando que talvez não tenha sido justo contigo nos agradecimentos.
Apenas citei teu nome. E não deveria ser assim...
Precisava dizer mais a respeito do teu profissionalismo, da tua amizade, de como precisamos contar com a tua colaboração
em relação a tudo que envolve esse trabalho e também outros tantos que fizemos juntos.
Precisava um pouco mais de destaque, falar da tua trilha maravilhosa, falar dos videos, de toda contribuição tua na internet para o espetáculo, enfim,
precisava muito mais. A gente sobe, pega o prêmio e depois que passa sempre falta alguma coisa.
Esse email é só para não deixar nada faltar. Esse prêmio é nosso e vc sabe disso. De nada valeria o meu trabalho sem a tua
ajuda, sem a tua solução para as nossas vozes, sem a tua presença sempre pronta a solucionar, fazer acontecer.
A confiança é total quando vc está com a gente, comigo. Se depender de mim vc sempre estará presente, fazendo junto,
dialogando junto. Vc sabe disso. Mas as vezes é bom dizer outra vez.
Muito, muito obrigado por todo o teu carinho, amizade, afeto, profissionalismo que vc empresta a esse espetáculo, e obrigado
por tudo mais que já criamos ao longo da vida!
Fica registrado aqui o meu mais sincero agradecimento mesmo!
As vezes é preciso sentar e dizer ou escrever aquilo que temos como verdade dentro de nós.
Tenho por ti uma grande admiração e amizade profunda.
Agora não falta mais. Agora está feito o agradecimento que não aconteceu no palco. Me perdoe.
Nosso valor não está numa estatueta e sim no que somos em quanto seres humanos, dentro do trabalho, dentro da amizade!
E nisso tudo vc prá mim é de OURO!
Grande abraço meu velho e que a vida nos permita outras oportunidades juntos.
Nelson.
terça-feira, 30 de março de 2010
30/03/2010
Impressões de Rodrigo Monteiro sobre o espetáculo "Xaxados e Perdidos".
Xaxados e Perdidos
Me parece difícil falar de teatro em “Xaxados e Perdidos”, uma vez que o espetáculo recupera pouco do que tem sido acumulado até hoje dessa arte. Seria mais fácil falar dele como espetáculo de música, mas aí meu conhecimento tão escasso sobre isso não me autorizaria a falar muito. Então, quem sabe se eu não falasse e só lembrasse?
Porque tenho vontade de lembrar: Alvaro Rosacosta e Beto Chedid, liderados por Simone Rasslan, são pessoas de teatro. São pessoas de música. Pessoas de arte. São pessoas de família. Maridos, esposas, pais, mães e filhos. São produtores, motoristas, bebem água e respiram. São isso tudo. E isso tudo os faz humanos. Sendo eu também alguém humano, a lembrança fica singela, mas não significativa. Só a diferença significa. E a diferença é a capacidade do trio de, com um espetáculo, nos fazer sonhar.
De uma forma muito sensível, Lúcia Bendati escreveu:
“Terceiro sinal. Senhores passageiros, apertem os cintos. Seremos transportados para outra atmosfera. Aqui e agora, bastando para isso abrir-se e tornar-se disponível para absorver os acordes que do palco irão brotar. E entra em cena o trio - como se não bastasse a competência musical - mais simpático e harmonioso que eu me lembro ter visto nos palcos daqui. Começam à capela um "padabadá" harmônico. E Simone Rasslan se encaminha para o teclado. Beto Chedid e Alvaro Rosacosta colocam-se junto a seus vários instrumentos também. E está feito. Criado um novo mundo, uma nova energia.”
Então, sonhei que era brasileiro.
Há dezessete anos, não vou ao Mato Grosso do Sul. Na última vez em que fui, voltei sem malas. Eu havia dado tudo aos meus primos, parte da minha família que ainda hoje passa por bastante necessidade lá. O registro negativo nunca mais me abandonou e jamais quis voltar. Nunca mais vi o meu avô. E só vi minha vó porque ela, quando viva, vinha frequentemente para Porto Alegre. “Xaxados e Perdidos” me deu vontade de ir ao Mato Grosso, ver meu avô, meus tios e meus primos. Voltar.
Cantei “Num Rio de Piracicaba” e lembrei do meu pai quando tocava violão. Voltar.
Cantei “Calix Bento” e me vi cantando no Coral da Igreja de Gravataí ainda adolescente. Voltar.
Lembrei. Viajei a esse novo mundo, a essa nova energia e descobri ser ela nova somente por estar em oposição à atual. À velha. Porque velha e nova, como também virtual e atual também só são categorias. Também se vão tão logo nos ajudam a fazer sentido. E fazer-nos sentido. E fazer-nos sentir.
Alguém comentou que o registro de mim mesmo aqui é uma demonstração do meu ego elevado. É. Porque a boca que canta na platéia é minha. Porque a mente que voa é minha. Porque quem lembra sou eu. E dizer que cantei, que voei e que lembrei de coisas é agradecer a quem fez “Xaxados e Perdidos” pela oportunidade de voar, de lembrar, de voltar também. E quem fez e faz “Xaxados e Perdidos” não fui/sou eu.
Então, agradeço (sempre em primeira pessoa) aos envolvidos nesse belíssimo espetáculo que haverá de voltar a cartaz muitas vezes para o deleite público. Agradeço pela escolha do repertório ( Pixinguinha , Almir Sater, Egberto Gismonti, Tião Carrero, Giba Giba e Dorival Caymmi, além de preciosos desconhecidos...) que faz conhecer músicas tão belas, tão diferentes da nossa cultura sulista, mas tão brasileiras como nós todos. Agradeço pela delicadeza da luz, do cenário e do figurino: simples, humano, adequado, adjuvante. Pela execução das músicas e pela interpretação dos personagens que através delas cantam e contam suas histórias. Pela acolhida na recepção, por ter atendido ao solicitado Bis, pela participação do Coral do Colégio Santa Rosa de Lima na platéia que deixou-nos (também platéia) ainda mais confortáveis.
E agora só me resta voltar a citar Bendati, outra que voou, que viajou, que deve ter lembrado, e que também agradece.
“Então me resta agradecer, mais uma vez. E desejar vida longa ao "Xaxados...". E que não se percam dos nossos palcos, pois quero viver isso mais vezes.
Muitas vezes!”
E me despedir já acumulado das novas energias, essas que nunca se vão.